Total de visualizações de página

Pesquisar este blog

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Notas econômicas

Photo: SôRamires
Colonia - Uruguay
vento frio
mes de abril,
café na cama
derrama?
jornal de ontem?
nem vou ler...
tudo certo
tudo em ordem,
no frio,
dá vontade de viver.

No olho,

recolho
impressões de movimento sequencial.
E me contento.
A vida é bela
na tela
de um musical

O frio:
ai que saudades,
ai que vontade de ouvir Bach!
No frio,
tenho dezoito anos
e faço planos.
(23.4.89)

Ai de mim!
Que não sei grego
e falo uns restos de Latim.

Claustrofóbica,
a voz escapa do micrussulco.
E Billie, agridoce,
destila cascatas rascantes,
on the rocks.


Estrela decadente.
Agoniza no espaço,
piscando um brilho baço
que já nem sente.



A solidão é um desperdício
acabou virando vício.


A luz deslumbra
desliga
a sombra.


O bonde fantasma
desliza no brilho
do trilho.

Ser sábio
e ser ridículo:
são pontos de um mesmo círculo.

Manhã
albores
o sol
acordou as cores.


algum dia.

Godard,
le récit du régard.
Alphaville, Zéroville
Borges et Paul Éluard.
Lumière et mouvement:
cinéma
évidemment.
La vie n´est qu´un polar
En habit d´Humprey Bogart.


jan/1990
La niebla, la luna y el vino
no forman en mi escritura
más que un deseo de poesía.
Todo un camino que no logré recurrir.
Me pierdo en las veredas de una soledad antigua.
Ensueño que no puedo dormir.
Mariposa engusanada de por vida.
Alas podridas y sin ganas de despliegue.
Sueño de roca.
Y nadie tiene la culpa.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

No meio do caminho tinha uma pedra

Photo de SôRamires Jardin Japonés Buenos Aires
permitida a reprodução desde que citada a autoria.


Anno I - NUMERO 3 500RS JULHO 1928
Revista de Antropofagia


NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

(BELO-HORIZONTE)

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 21 de fevereiro de 2009

tropicolor


Tupy, or not tupy that is the question.



999999999999 999999999999999999999999999999999




A alegria é a prova dos nove.










Manifesto Antropófago



Oswald de Andrade Em Piratininga Ano 374 da deglutição do Bispo Sardinha. Originalmente publicado em Revista de Antropofagia, n.1, ano 1, maio de 1928, São Paulo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"...quer venha ou não"


Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!


Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


--------------------------------------------------------------------------------

Vade retro!


Pura Buñuelada:
ni vade,
ni retro,
ni nada!!!!!

"...se te agradar, fino leitor, "



Instruções para aplicar um piparote.
Photo de Sôramires.
Permitida a reprodução citando a fonte.














"...se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus."


Desocupado lector


Desocupado lector: sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, como hijo del entendimiento, fuera el más hermoso, el más gallardo y más discreto que pudiera imaginarse. Pero no he podido yo contravenir al orden de naturaleza, que en ella cada cosa engendra su semejante. Y, así, ¿qué podía engendrar el estéril y mal cultivado ingenio mío, sino la historia de un hijo seco, avellanado, antojadizo y lleno de pensamientos varios y nunca imaginados de otro alguno, bien como quien se engendró en una cárcel, donde toda incomodidad tiene su asiento y donde todo triste ruido hace su habitación?
Afinal de contas de quem é esse filho? Seu ou do Cide Hamete Benengeli, ou Berenjena como queria Sancho?
Já começa afirmando uma paternidade que logo depois vai negar...

Hypocrite lecteur, -mon semblable, -mon frère!


Au Lecteur


La sottise, l'erreur, le péché, la lésine,

Occupent nos esprits et travaillent nos corps,
Et nous alimentons nos aimables remords,
Comme les mendiants nourrissent leur vermine.
Nos péchés sont têtus, nos repentirs sont lâches;

Nous nous faisons payer grassement nos aveux,
Et nous rentrons gaiement dans le chemin bourbeux,
Croyant par de vils pleurs laver toutes nos taches.
Sur l'oreiller du mal c'est Satan Trismégiste

Qui berce longuement notre esprit enchanté,
Et le riche métal de notre volonté
Est tout vaporisé par ce savant chimiste.
C'est le Diable qui tient les fils qui nous remuent!

Aux objets répugnants nous trouvons des appas;
Chaque jour vers l'Enfer nous descendons d'un pas,
Sans horreur, à travers des ténèbres qui puent.
Ainsi qu'un débauché pauvre qui baise et mange

Le sein martyrisé d'une antique catin,
Nous volons au passage un plaisir clandestin
Que nous pressons bien fort comme une vieille orange.
Serré, fourmillant, comme un million d'helminthes,

Dans nos cerveaux ribote un peuple de Démons,
Et, quand nous respirons, la Mort dans nos poumons
Descend, fleuve invisible, avec de sourdes plaintes.
Si le viol, le poison, le poignard, l'incendie,

N'ont pas encor brodé de leurs plaisants dessins
Le canevas banal de nos piteux destins,
C'est que notre âme, hélas! n'est pas assez hardie.
Mais parmi les chacals, les panthères, les lices,

Les singes, les scorpions, les vautours, les serpents,
Les monstres glapissants, hurlants, grognants, rampants,
Dans la ménagerie infâme de nos vices,
II en est un plus laid, plus méchant, plus immonde!

Quoiqu'il ne pousse ni grands gestes ni grands cris,
Il ferait volontiers de la terre un débris
Et dans un bâillement avalerait le monde;
C'est l'Ennui! L'oeil chargé d'un pleur involontaire,
II rêve d'échafauds en fumant son houka.
Tu le connais, lecteur, ce monstre délicat,
— Hypocrite lecteur, — mon semblable, — mon frère!




— Charles Baudelaire



http://fleursdumal.org/poem/099

No fundo do mato virgem














No fundo
do mato-virgem
nasceu
Macunaíma
heroi da nossa gente.




-Ai! que preguiça!...

Pouca saúde
muita saúva
Os males do Brasil são.




Macunaíma.

Mário de Andrade.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


"Biológicamente, físicamente me gusta el frío. En el verano me siento como una especie de canalla realmente, en cambio en invierno, me siento como una persona decente."
Jorge Luis Borges


http://jorgeluisborges.gipuzkoakultura.net/jorge_luis_borges_siglo_eu.php
Borges em seu labirinto
é Minotauro
é Teseu
é Ariadne
sou eu.

Don Quijano
no me acuerdo
si era loco
o era cuerdo...
PINCE-NEZ para o Machado!!!
















Cornetas acústicas para Beethoven!!!!!



Para Júlio Verne uma estação espacial!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!








PARA SATIE UMA GYMNOPEDIE.













E para o FERNANDO e O EÇA um brinde com Vinho do Porto?









Freund!!!!!!!!!Não fique assim zangado eu já devolvo sua corneta acústica...