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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

CINEMA PAIXÃO DE SEMPRE

APAIXONADA POR BUÑUEL, GODARD, CINEMA NOVO, O CINEMA DOS PAÍSES SOCIALISTAS...NOS ANOS 1970 eu achava que seria cineasta. Quem não passou por isso?
Com meu querido Yochiaki Uyeda fiz curso de fotografia na Fau e outro no IMAGEMAÇÃO.
Com Alberto Vieira e Vera Tango saíamos fazendo filmagens pelo centro de São Paulo. 
Até comprei uma câmera super 8 e me juntei com a turma do Grife do Abrão Berman, fundei com o Jorge Caron e Fávio Del Carlo a ARES-8 ASSOCIAÇÃO DOS REALIZADORES DE SUPER 8.
ANTES DO VÍDEO IMPERAR o super 8 era a opção assim como o 16 mm para quem queria começar a fazer cinema. OS FESTIVAIS DO GRIFE MOSTRARAM EXCELENTES filmes. Eu resolvi depois de participar de equipes de colegas, fazer minha obra.
UM FILME PRETO, QUEIMADO DE PROPÓSITO COM UNS RABISCOS POR ONDE ENTRAVA A LUZ...TRILHA SONORA DE MUITAS VAIAS COMO QUANDO O FILME NO CINEMA QUEIMAVA...E NO FINAL UM LETREIRO QUE APAGAVA E ACENDIA: "Pior cego é aquele que..."
MEU FILME QUE NÃO ERA FILME foi criticado até por amigos, o Caron chegou a dizer que eu era destrutiva, que tinha riscado meu filme. E devia ter razão.
O Festival do Grife rejeitou a obra.
MINHA JUSTIFICATIVA, MEIO ANÁRQUICA, MEIO VERDADEIRA ERA QUE COM UM FILME PRETO, NEGANDO O PRINCÍPIO DA LUZ E IMAGEM EU QUERIA PROPOR UMA DISCUSSÃO DO QUE É O CINEMA...PRETENSIOSA NÉ?MAS ATÉ QUE FUNCIONOU. Fiz uma projeção no Grife e o debate foi legal, falamos sobre os possíveis usos do cinema, arte, documentário, história do cinema. Mas sempre soube que não iria ser atriz ou diretora, gostava de roteiros, da filmagem e da montagem.
Matei essa vontade no pós graduação da ECA USP COM OS QUERIDOS Eduardo Peñuela e Ismail Xavier. Fiz todos os créditos com nota máxima mas desisti no momento de encontrar um orientador. Tanto o Peñuela como o Ismail estavam lotados...entonces eu desisti. Cheguei a escrever um capítulo de um livro, POLÍTICA E IMAGINÁRIO... ANALIZANDO O REPVBLICA GUARANY DO SILVIO BACK.
Ainda na ECA num curso do Peñuela fizemos o curta CRIMES DA LATA (FUI ASSISTENTE DE PRODUÇÃO) uma experiência divertida e de aprendizado, DIRIGIDO PELO WILSON BARROS, lembro bem da Vânia Debs e da Kátia Coelho II...
Enfim adorei ter vivido tudo isso mas optei por ser bancária no BB. Queria uma vida estável com salário decente. O lado formiga prevaleceu para alimentar o lado cigarra. E eis-me aqui cronicando essas lembranças gostosas.

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